Instituto Pensar - Lídice da Mata faz prefácio de livro sobre petróleo em tempos de pandemia

Lídice da Mata faz prefácio de livro sobre petróleo em tempos de pandemia

por: Mariane Del Rei 


Foto: Agência Câmara de Notícias/Ineep

A socialista Lídice da Mata assina o prefácio do livro "A economia política dos hidrocarbonetos entre a pandemia e a transição energética?, novo livro do Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep), que será lançado dia 14 de agosto.

Voltada para questões atuais, o livro, o quarto em três anos de existência do Instituto, se diversifica em temas como preços, iniciativas das petroleiras diante da covid-19, movimentos da OPEP, da China e dos Estados Unidos, segurança energética, estratégias empresariais e cases de grandes empresas, entre outros.

"Foi um prazer escrever para uma publicação tão rica e didática sobre um tema tão importante e estratégico para o Brasil. Desejo uma ótima leitura e parabenizo o Ineep e os organizadores deste importante documento?.
Lídice da Mata

Livro também fala sobre transição energética

Escrito pelos pesquisadores do Ineep e editado pela Flacso, o livro tem 156 páginas e é dividido em seis blocos: I) Pandemia, geopolítica e transição energética; II) Estratégias nacionais para a transição energética; III) Estratégias empresariais para a transição energética; IV) Pandemia e preço internacional do petróleo; V) Pandemia e preço nacional de derivados; e VI) Abertura do mercado brasileiro de óleo, gás e biocombustíveis.

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A organização foi feita pelo coordenador técnico do Instituto William Nozaki e pelos pesquisadores Isadora Coutinho e Rafael da Costa, que também são autores de alguns títulos, ao lado de Rodrigo Leão (coordenador técnico), José Luís Fiori, José Sérgio Gabrielli, Henrique Jäger, Eduardo Costa Pinto, Carla Ferreira, João Montenegro, Ana Carolina Chaves e Mahatma dos Santos.

Qual a relação da energia e desenvolvimento sustentável

Quando se fala em suprir as necessidades de energia sem que isso cause prejuízos ao meio ambiente e à sociedade, fala-se de desenvolvimento sustentável. Isto é, trata-se da possibilidade de que a economia de um país cresça sem que isso comprometa os recursos naturais do planeta e prejudique as gerações futuras.

Nesse contexto, é impossível dissociar o desenvolvimento sustentável da discussão e das medidas acerca da crise climática e, consequentemente, energética, por que passa todo o mundo, decorrentes da escassez progressiva de recursos energéticos e da emissão de gases tóxicos na atmosfera.

Movimentos internacionais, como o Protocolo de Quioto, de 1997, e o Acordo de Paris, de 2015, foram medidas necessárias para aliar esses dois conceitos, estabelecendo metas para a redução de gases nocivos ao planeta e servindo como base para medidas mais efetivas para a transição energética.

Desenvolver-se de maneira sustentável e promover a transição para uma matriz menos nociva e mais limpa está diretamente relacionado com o conceito de eficiência energética. A grosso modo, ser energeticamente eficiente significa fazer o mesmo com menos energia, além de reduzir as perdas energéticas que ocorrem desde a geração até o consumo.

Quando a demanda por energia é menor, menos recursos naturais precisam ser utilizados e menores são os impactos socioeconômicos e ambientais. Para isso, cabe ao Estado criar regulamentações e legislações que promovam e incentivem a eficiência energética e adoção de fontes renováveis para a geração de energia.

Felizmente, no Brasil, existem diversas medidas que vão ao encontro dessas necessidades. Uma das mais importantes é o Programa de Eficiência Energética (PEE) da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL).

Seu objetivo é promover o uso eficiente da energia por meio de projetos que sejam capazes maximizar os benefícios para a sociedade e promover a transformação do mercado, estimulando a criação de novas tecnologias a adoção de práticas mais racionais no uso da energia, ao mesmo tempo que demonstra a importância e viabilidade econômica de um sistema mais eficiente.

Outra medida fundamental nesse sentido surgiu de uma parceria entre a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e a ISO. Trata-se da ISO 50001, que tem como objetivo estabelecer sistemas e processos para otimizar o desempenho energético, fixando metas que mirem a redução nas emissões de gases do efeito estufa e outros impactos ambientais decorrentes da geração e distribuição de energia.

Fontes renováveis de energia: qual o cenário no Brasil 

Segundo o Balanço Energético Nacional 2020, elaborado pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), ligada ao Ministério de Minas e Energia, a matriz energética brasileira se baseia em 46,1% de fontes renováveis e 53,9% de fontes não renováveis.

O documento aponta ainda um aumento na oferta interna de energia advinda de fontes renováveis: houve crescimento de 2,8% entre 2018 e 2019, enquanto as não renováveis praticamente estáveis, crescendo apenas 0,2%.

Com isso, o uso de fontes renováveis no Brasil já é três vezes maior do que o mundial. Para se ter uma ideia, a energia eólica teve aumento de 15,5%, enquanto a energia solar cresceu mais de 92% no país de um ano para o outro. Ao mesmo tempo, houve recuo na geração por meio de derivados de petróleo, com queda de mais de 25%.

Embora promissores, esses números podem melhorar. Em um contexto de transição energética, com foco na produção de energia limpa e em uma maior eficiência energética, cabe ao Estado apresentar propostas para modernizar o setor e promover as mudanças necessárias.

Com informações do Ineep e Certi



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